CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA
As mulheres e a vulnerabilidade
Uma
pesquisa realizada em solo norte-americano, mas que cabe bem para nossa
sociedade sul-americana a respeito dos atributos mais importantes associados ao
ser feminino é de nos fazer pensar. Sabe quais são? Veja bem: ser simpática,
enquadrar em um ideal de magreza, mostrar que é humilde diante dos talentos que
têm, ser caseira, cuidar bem dos filhos, investir em um relacionamento
romântico, manter intimidade sexual dentro de um relação de compromisso e usar
recursos financeiros para investir em sua aparência.
Evidentemente
que se for o desejo de uma mulher perseguir estes atributos, quem somos nós
para julgarmos, mas nivelá-las simplesmente por eles, parece justo?
Não
sei se você percebeu, mas em nenhum dos atributos elencados têm uma relevância
para a inteligência, ou melhor dizendo, para o conhecimento em si. Neste caso,
para as mulheres, o conhecimento, segundo a pesquisa, é o que menos importa.
Sendo assim, parece ou não assustador os resultados de um estudo como esse?
No
mês de fevereiro fiz um trabalho com meus alunos e constatei que as pessoas que
são referências para eles, são aquelas que têm beleza ou dinheiro, quando não
os dois juntos. Tal constatação se torna preocupante por percebermos em que
valores esta nova geração de jovens têm colocado seus alicerces.
Brené
Brown, autora do já citado livro A
coragem de ser imperfeito, relata que quando expôs uma pesquisa sobre a
imperfeição, recebeu mensagens dizendo que realmente deveria abraçar essa
causa. Obviamente que os destinatários estavam fazendo uma relação de sua
aparência com o título da pesquisa.
O
que não podemos perder de vista é que “a macrossociedade está sempre exercendo
pressão sobre nós e, a não ser que tenhamos vontade de recuar e decidir lutar
pelo que acreditamos o estado permanente de escassez se torna o modus operandi” (BROWN, 2016, p. 25).
Neste
ínterim nasce a angústia. Como ser magra e esguia se meu corpo não tem um
biótipo para se enquadrar? Como ter cintura fina se tenho uma expressão
corporal mais forte?
Assim,
é necessário que as mulheres vivam ousadamente, fazendo escolhas que desafiam
toda esta pressão que as deixam amarguradas e muitas vezes tristes e
depressivas.
Vamos
continuar o assunto na próxima semana trazendo a angústia masculina.
Um
fortíssimo abraço para você!
Excelente texto, como sempre, meu prezado Edu...
ResponderExcluirEle nos traz necessárias reflexões sobre a mulher contemporânea, com as suas relevantes expressões, impressões, sob pressões e até mesmo diante de depressões...
Eu tenho o livro citado, já li uns trechos, parece ser mesmo um bom livro.
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