CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA
Implementação de intenções
Todos
temos objetivos. Quando se inicia um ano então, parece que o desejo de
cultivá-los fica ainda maior. Pensamos em muitos sonhos que temos para
realizar, criamos expectativas e fazemos alvos para alcançar esses objetivos.
Mas
você já reparou que quando o tempo vai passando, vamos entrando na rotina,
percebemos que os dias não têm nada de especial e todos ou quase todos os
objetivos que construímos perdem o poder de motivação?
O professor
Peter Gollwitzer, da Universidade de Nova Iorque, descobriu e desenvolveu uma
técnica que tem ajudado muitas pessoas na concatenação de seus objetivos. Além
disso, por trabalhar com o inconsciente, a descoberta do psicólogo Gollwitzer,
ajuda a assumir comportamentos que estão dentro de nossos anseios. A técnica se
chama implementação de intenções. E
como ela funciona?
Primeiramente
devemos identificar o lugar e o momento exato no futuro em que vamos adotar tal
comportamento. Não podemos esquecer que criar hábitos está ligado à criação de
rotinas. E na implementação de intenções não é diferente.
Todavia
é interessante lembrar que situações que vivemos no dia a dia podem desencadear
automaticamente reações comportamentais. Por exemplo: quem não viu em um vídeo
na internet um trecho da história da bailarina com Alzheimer que ao ouvir as
músicas que tocava para suas apresentações, começa a fazer movimentos de balé,
tais quais os que realizava antes da doença? E por que isso acontece? Porque
está gravado em seu inconsciente e quando pre-ativados, esses movimentos, sem
esforço algum, vêm à tona.
Assim,
quando usamos a técnica da implementação de intenções, o controle do nosso
comportamento passa de uma parte do cérebro para uma outra região. “Quando se
tem o objetivo e o desejo de fazer alguma coisa, uma região associada a ações
de autoiniciação, parte do que é chamado de área de Broadmann, torna-se mais
ativa” (BARGH, 2020, p. 313).
E
isso acontece na prática?
Como
conversamos inicialmente, todos temos diversos objetivos. A questão é
trabalharmos com nosso inconsciente para que eles sejam alcançados. Por
exemplo: no meio da tarde você tem a intenção de ir à padaria comprar um bolo
para o café da manhã do outro dia. E repete tal frase para você mesmo. E fica
com isso em mente para realizar assim que sair do trabalho. Quando percebe já
chegou em casa e onde está o bolo?
Na
técnica da implementação de intenções você constrói a frase de maneira diferente:
“Quando terminar de trabalhar, vou me levantar da cadeira, pegar meus pertences
e ir direto à padaria para comprar pães para o desjejum de amanhã”. Este tipo
de pensar ou de expressar ativa partes do cérebro não alcançadas pelo primeiro
exemplo. Então as chances de alcançar seus objetivos serão muito mais efetivas.
Vamos
constatar se dá certo a pesquisa muito apreciada por muitos pesquisadores
americanos e desenvolvida por Peter Gollwitzer? E aí, que tal tentar?
Um
fortíssimo abraço para você. Até a próxima!
instagram: baunilha45
Referência:
BARGH, John. O cérebro intuitivo. Trad. Paulo Geiger. Rio de Janeiro: Objetiva, 2020.
Instragram: https://www.instagram.com/cellebriway/
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