CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA
Experiências de vida que nos atravessam
Desde
bem pequenos ouvimos histórias. Crescemos com elas e muito do que nós somos devemos
a estes entrelaçamentos produzidos pelo contar das experiências de múltiplos
personagens, reais ou fictícios.
Lembro
com bastante saudosismo o livro do escritor Hector Malot que minha mãe comprou
quando eu estava na terceira série, nos anos 80. A história daquele menino
abandonado que procurava por um lar para se sentir seguro me acompanha a vida
inteira.
É
incrível como vidas bem contadas nos emocionam e nos transformam ao nos
permitir um pensar mais arguto. Penso, logo procuro caminhos possíveis para um
estar no mundo significativo. E relatos de vidas podem colaborar muito para
isso.
Quarenta
anos depois estou lendo uma história que de igual modo me tem feito pensar pela
grandeza da vida que a encerra. Em busca
de mim, livro escrito pela atriz e produtora, Viola Davis, tem me
proporcionado voltar aos anos 80, quando embalado pela história de Remi, um
garoto sem família, buscava possíveis modos de encontrar a mim mesmo num mundo
que já era tão hostil.
Agora
nos anos 2000 vejo que a situação do mundo se agravou, mas continuamos buscando
saídas, sem cessar, num movimento constante, como que numa corrida do ouro,
para entendermos a existência e melhorarmos nossa estada aqui.
Mas
voltando ao livro escrito por Viola Davis, percebo que todas as adversidades,
toda frustração sofrida pode se transformar em um trampolim para que nos
projetemos para frente.
Não
acredito que todos iremos chegar ao estrelato, termos muito dinheiro, posses,
móveis e automóveis, mas pelo menos viver com sentido, com equilíbrio, de bem
com a vida e com os outros.
Para
tanto precisamos questionar o que vivenciamos. Se estamos bem, ponderar a
respeito do que está nos fazendo sentir assim. Se a vida não está oferecendo
muitos confortos, se perguntar o que está nos levando a estarmos desta maneira.
O questionamento é sempre o caminho para o autoconhecimento. Nesta trilha
conseguimos buscar meios de lidar com os percalços que nos assolam constantemente.
É
claro que dias difíceis virão. Sempre vêm. Sempre foi assim. A grande questão é
o quanto estou preparado para estes.
A
experiência de Viola Davis deixa bem claro o quanto as situações difíceis
colaboraram para ela estar em um patamar elevado, mas nem um pouco fácil, pois
as dificuldades continuarão. E tal experiência não é diferente das nossas.
Resiliência
é o nome do que podemos desenvolver se soubermos questionar o que de
significativo podemos tirar dos momentos não bons da vida. E seguir em frente,
como sempre fazemos e sempre faremos, por não ter outro jeito de viver
diferente disso.
Um
fortíssimo abraço para você. Até a próxima!
Reflexão muito pertinente! Obrigada
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