Filhos e pais em tempos difíceis

SAÚDE TOTAL

Conversas psicanalíticas com o Dr. Eduardo Baunilha

Filhos e pais em tempos difíceis

Nossas crianças e adolescentes vivem dias difíceis. Um estudo feito na pandemia indica que uma a cada quatro crianças tem depressão ou ansiedade. Esta pesquisa foi realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) que acompanhou 7 mil crianças e adolescentes em 2020. Tal estudo foi postado no g1 oeste-sudoeste.

Ditos como este nos alertam, pais, professores e cuidadores para um vigilância significativa, uma vez que estas crianças e adolescentes precisarão de uma rede de apoio significativa para conseguirem lidar com tudo o que está acontecendo ao redor delas e que as atingem em menor ou maior grau.

Neste caso, toda ajuda é necessária e bem-vinda, todavia o apoio dos pais, que é o núcleo mais próximo e mais constante com estas crianças e adolescentes, se torna mais que preponderante. Infelizmente, na realidade, nem sempre é assim.

Um instituto de pesquisa tradicional de Londres chamado Sutton Trust, conduziu um estudo com 14 mil crianças de até 3 anos de idade. O estudo apontou que 40% destas crianças não conseguem estabelecer um vínculo de segurança e apoio emocional com seus pais.

Biologicamente temos um sistema no cérebro que nos faz buscar proteção nos mais velhos. É por isso que quando estamos em algum lugar com nossos filhos, quando eles se acidentam ou coisa do tipo, eles correm ao nosso encontro buscando consolo.

Quando este suporte lhes é negado, acontece o que pesquisadores como Daniel Siegel denominam de pavor sem solução. Consequentemente, a maioria das crianças que não encontram guarida nos braços dos pais, serão candidatos a sentirem muita ansiedade quando jovens devido ao desamparo vivenciado.

A supressão deste apoio emocional da parte dos pais pode acarretar em psicopatologias como a já citada ansiedade, comportamentos antissociais, fobia social e um sentido de desamparo muito grande.

E o que é mais preocupante é que o relacionamento com os pais, seja ele seguro ou inseguro permanecerá inalterado em 75% dos casos, por até 4 gerações, ou seja, uma negligência ou um relacionamento seguro e harmonioso pode ter suas consequências até o seu bisneto.

Se você tem dificuldade de manter uma conexão saudável com seu filho procure entender o porquê que tal vínculo não está acontecendo.

Muitas vezes são problemas que tivemos na infância que dificultam nossas ações no presente, trazendo sofrimento para quem não tem nada a ver com a história.

Se for difícil encontrar o motivo procure um profissional para te ajudar. Uma boa análise fará bem a você e consequentemente a todos que o rodeiam.

Porém não esqueçam de doar aos outros, especialmente aos de casa, todo o carinho possível, todo apoio necessário. Em dias difíceis como estes, é tudo o que estamos precisando para continuar a caminhada.

Um abraço fortíssimo para você! 

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