Mentes em formação

                     


SAÚDE TOTAL


Conversas psicanalíticas com o Dr. Eduardo Baunilha


Mentes em formação

As perguntas que levantamos no final do artigo passado mostram que, tanto nós adultos quanto nossas crianças e adolescentes precisamos constantemente estar levantando questões, no que tange nossas ações, para criarmos conceitos que permitirão que o estar no mundo de todos seja mais leve e equilibrado.

Evidentemente que precisamos ter tato e muito bom senso para conduzir estas reflexões, pois o excesso de realidade pode ser perigoso para o bem-estar de uma mente que está em formação, claro no que se refere a crianças e adolescentes.

Sendo assim, nossas crianças e adolescentes precisam acreditar que nós adultos temos controle sobre seus impulsos para a violência e que temos um conceito muito bem estabelecido do que é certo ou errado.

Quando estes têm estas crenças, facilmente conseguem desenvolver sentimentos positivos sobre si mesmos, o que muito os ajudará em momentos de adversidade.

Todavia se estiverem com um acesso muito contínuo com séries e filmes que tem como foco principal a violência contra pessoas e patrimônios, estaremos doando às crianças e adolescentes a ideia de que o mundo dos adultos é, de fato, muito tumultuado, conflituoso, cheio de inépcia e inquietação. Ou seja, revela um segredo pelo qual ainda não estão preparados para elaborar.

Diante disso você pode estar se perguntando: você pensa que nossas crianças são bobas? Elas veem o que acontece com a família, os conflitos no mundo, as relações escolares disfuncionais, a dificuldade de sobreviver em um planeta cada vez mais hostil e cheio de pessoas não confiáveis.

A questão é: o quanto permitimos que todas estas percepções se tornem ainda maiores?

Tal pergunta coloca em nós adultos uma responsabilidade ainda maior. Construir um lugar de paz em nossas casas, com práticas saudáveis e divertidas. Evitar assistir aquilo que apenas vai potencializar a ansiedade das nossas crianças e adolescentes; e orientá-los a serem mais seletivos com aquilo que veem, já são caminhos que podem ajuda-los bastante. Mas tudo sendo construído coletivamente, interpelando-os mais com perguntas do que com ordens sem muita explicação.

Uma ordem apenas os fará obedecer sem entender o que está acontecendo ou sem criar a possibilidade de estabelecer conceitos que os nortearão durante a vida toda. O questionamento os fará pensar, além de doar a estas crianças e adolescentes o senso de pertencimento e segurança, por mostrar a elas que podem se sentir seguras, pois existe um adulto para dirigi-las.

Um abraço fortíssimo em você!


3 Comentários

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  1. Obrigado professor
    Acho que devo perguntar mais e explicar menos.

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  2. Muito obrigada por compartilhar tanto conhecimento, veio bem a calhar esta reflexão, tão sábia e rica, abraço ��

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