SAÚDE TOTAL
Conversas psicanalíticas com o Dr. Eduardo Baunilha
Estado de alerta
Diante de um cenário pandêmico, gripal, violento, de relações líquidas e inconstantes, dificilmente não encontraremos alguém em um quadro de depressão, mesmo que seja em um grau quase imperceptível.
O ar
do tempo dita o tom de ansiedade constante, por não termos mais certezas.
Notícias pela televisão e internet lançam, sem parar, informações de novas
catrástrofes sociais, naturais e pessoais, num crescente assustador.
Como
seres sociais, inseridos neste contexto, não temos como ficar imunes. Estamos
sentindo e sentindo muito, pois nossos corpos não foram programados para lidar
com tanto estresse.
O
eixo HPA (hipotálamo, pituitária e adrenal, responsáveis pela gestão do
estresse) está o tempo todo em atividade, devido às múltiplas preocupações que
temos e, diante disso o índice de mortes por Acidente Vascular Cerebral têm
aumentado muito.
Só
no Brasil, a cada 40 segundos, morre uma pessoa de AVC. Um número bastante
preocupante, principalmente quando percebemos que não há mais um público alvo
(geralmente os mais velhos), mas qualquer um, da criança ao adulto.
Precisamos
ficar alertas. Se nos sentirmos apáticos, tristes com muita facilidade, num
estado de cansaço contínuo e achando a vida sem sentido, talvez possamos estar
depressivos. Se o grau de expectativa estiver sendo muito alto para tudo, uma
preocupação excessiva com o passado ou com o futuro, muito esquecimento,
podemos estar ansiosos.
Nestes
casos, precisamos procurar ajuda. Quando antes buscarmos ajuda de um analista
para estar conosco nos possibilitando a inserção para dentro de nós mesmos, por
meio dos manejos que lhe são peculiares, mais rápido conseguiremos encontrar
caminhos possíveis para um estar no mundo mais leve e mais significativo.
A
questão preocupante é que geralmente procuramos ajuda quando estamos quase sem
forças e o tratamento, nestes casos, geralmente, será um pouco mais lento e
demorado.
Assumir
que não está bem e procurar ajuda não é problema algum. O problema é estar mal
e sentir receio de mostrar vulnerabilidade. Muito pelo contrário. Neste caso,
buscar auxílio é muito mais força que fraqueza.
Estamos
vivendo dias maus, bem difíceis. O meu apelo para você é que não se renda aos
ditames das redes sociais que nos incitam a mostrar uma alegria que, muitas
vezes, não existe em nós. Não deixe qualquer sentimento danoso crescer a ponto
de leva-lo a perder o sentido da existência. Viver vale a pena, mas com
alegrias e metas, mesmo que não sejam constantes.
Um
abraço fortíssimo em você.
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