SAÚDE MENTAL


Conversas psicanalíticas com o Dr. Eduardo Baunilha


Foto de arquivo pessoal



O melhor amigo da mente

Os dois últimos artigos nos fizeram perceber que o intestino tem uma parceria muito significativa como nosso cérebro. Poderíamos até arriscar em dizer que são melhores amigos. Tão ligados e conectados que um intestino bem cuidado, com suas bactérias do bem devidamente alimentadas, certamente vai estimular nosso cérebro.

Para tanto, precisamos reabilitar nosso microbioma se acaso ele estiver disfuncional. Pesquisas recentes mostram que uma mudança no nosso protocolo alimentar podem alterar significativamente as bactérias que têm em nosso intestino. E tal mudança pode ocorrer em apenas 6 dias.

A primeira dica dada por David Perlmutter e Kristin Loberg (2015) para conseguirmos alimentar nosso microbioma de maneira salutar é escolher alimentos ricos em probióticos.

Alimentos probióticos são os que conseguem, por meio da fermentação, transformar o açúcar do alimento em ácido lático. Ao fazer isso, as bactérias se multiplicam e proliferam. O ácido lático, resultando desta fermentação, cria um ambiente com baixo pH (ambiente ácido), matando as bactérias nocivas, cujo pH é muito alto.

Segundo Perlmutter e Loberg (2015) tais alimentos equilibram o pH do corpo, atuam como antibióticos, antivirais, regulam a imunidade, controlam processos inflamatórios e ajudam a manter a integridade do revestimento intestinal. E que alimentos são estes: o iogurte com culturas vivas, kefir, chá de kombucha, picles (feitos com salmoura, não com vinagre), chucrute, frutas e vegetais em conserva, só para citar alguns.

A segunda dica é cortar os carboidratos e se alimentar de gorduras de alta qualidade.

Já sabemos que os carboidratos, muitos dos quais contendo glúten, são danosos para nosso microbioma e destroem nosso intestino. Nosso intestino danificado compromete nosso sistema imunológico por causa dos processos inflamatórios generalizados. Como consequência nosso cérebro também sofre os reveses.

Todavia, diferente do que muitos pensam, as pesquisas mais recentes têm mostrado que um nível de colesterol baixo altera o funcionamento do cérebro. “Quem tem um colesterol baixo pode ter problemas neurológicos e depressão”, diz Perlmutter e Loberg.

Uma pesquisa realizada em Harvard mostrou que uma dieta salutar deve ser rica em gorduras e pobre em carboidratos, pois colabora para reduzir doenças cerebrais, transtornos neuronais, obesidade e sobrepeso.

Exemplos de alimentos pobres em carboidratos e ricos em gorduras: vegetais (couve, espinafre, brócolis, acelga, repolho, cebola, cogumelos, couve-flor, couve-de-bruxelas, broto de alfafa, vagem, aipo, couve-chinesa, agrião, nabo, aspargos, alho, alho-poró, cebolinha, gengibre, salsinha e castanha-de-água);  Frutas e legumes (abacate, pimentão, pepino, tomate, abobrinha, abóbora, berinjela, limão e lima); Alimentos fermentados (iogurte, vegetais em salmoura, chucrute, ovos fermentados); Gorduras saudáveis (azeite de oliva, óleo de gergelim, óleo de coco, manteiga orgânica, leite de amêndoas, abacate, coco, nozes, azeitonas, sementes (linhaça, girassol, abóbora, gergelim, chia); Proteínas (mostarda, salsa, soja e trigo (sem glúten); e ervas e temperos sem restrição.

No próximo artigo continuarei a dar mais dicas para uma boa estimulação cerebral por meio do cuidado com o nosso intestino. Um grande abraço. Até a próxima semana.

 

Referência:

PERLMUTTER, David e LOBERG, Kristin. Amigos da mente. Trad. André Fontenelle. São Paulo: Paralela, 2015.


1 Comentários

Sejam bem-vindos à Cellebriway.
A sua Revista Eletrônica

Postar um comentário

Sejam bem-vindos à Cellebriway.
A sua Revista Eletrônica

Postagem Anterior Próxima Postagem