SAÚDE MENTAL
Conversas psicanalíticas com o Dr. Eduardo Baunilha
Cuidados com o intestino
Pesquisas
recentes têm apontado para o fato de que os antidepressivos potencializam
hormônios que já estão presentes no intestino. Tal constatação nos faz perceber
que um intestino bem cuidado pode minimizar os efeitos desse mal, pois ele é o
principal órgão do sistema imunológico.
A
questão é que nossa dieta – rica em carboidratos refinados e gorduras
industriais, sem falar no nível de açúcar muito elevado – está associada a uma
proteína chamada C-reativa, um reconhecido marcador inflamatório.
Ocorre
que um nível muito alto de glicose no sangue está intimamente associado a
fatores de depressão, assim como ocorre com o Alzheimer.
Diante
disso, percebemos que devemos tem um olhar mais atento para o que colocamos em
nossa mesa. Se nossa alimentação for voltada para alimentos mais naturais, com
poucos condimentos e o mais crudívero possível; associados com a ingestão de
castanhas e óleos vegetais, como o óleo de coco, teremos a segurança de um
estar no mundo mais equilibrado. E também feliz, já que nossa dieta está ligada
ao nosso humor.
Os
pesquisadores David Perlmutter e Kristin Loberg (2015, p. 101) dissertam que
“quando o equilíbrio das bactérias do intestino não vai bem, outros caminhos
biológicos – sejam eles hormonais, autoimunes ou neuronais – tampouco vão bem.
E os centros de processamento do cérebro, tais como aqueles que controlam as
emoções, podem ser fortemente afetados”.
Não
é por acaso que os níveis de ansiedade têm crescido tanto, sem falar no
autismo, Alzheimer e esclerose múltipla, só para citar alguns.
Outro
vilão do nosso microbioma são os antibióticos. Eles alteram a configuração das
bactérias de nosso intestino, comprometendo a parede intestinal e modificando a
resposta do cérebro àquilo que ocorre no intestino. É lógico que em algumas
situações, muito probantes, são necessárias as ingestões de antibióticos.
Muitos males somente serão curados por meio de medicamento como esses, mas não
devemos utilizá-los se pudermos evitá-los.
Outro
inimigo de nosso microbioma é o glúten. Segundo Perlmutter e Loberg, o TDAH,
tão presente em muitas crianças hoje em dia, é uma manifestação de um processo
inflamatório fora de controle, desencadeado por coisas como o glúten.
Outro
fato importante para nosso conhecimento é que o caráter aderente do glúten
interfere na quebra e a absorção de nutrientes, o que leva a termos uma péssima
digestão dos alimentos. Esta situação faz o sistema imunológico ficar em
alerta, desencadeando uma série de males para sinalizar que o indivíduo é
sensível ao glúten. Então podemos ter como resultado: diarreia, prisão de
ventre, dores abdominais, náuseas e incômodo intestinal.
A
boa notícia é que hoje temos no mercado muitos produtos sem glúten, o que pode
colaborar para uma dieta mais equilibrada.
E
uma alimentação mais natural, somada a ingestão de água em abundância,
combinada com atividades físicas, pode fazer com que o seu cérebro seja
estimulado de forma bastante positiva, colaborando para que você tenha uma vida
menos problemática neste mundo de muitas e constantes transformações.
No próximo
artigo dissertarei a respeito do que mais podemos fazer para estimular nosso
cérebro por meio de um cuidado especial para com o nosso intestino. Um grande abraço.
Até a próxima semana.
Referência:
PERLMUTTER,
David e LOBERG, Kristin. Amigos da
mente. Trad. André Fontenelle. São Paulo: Paralela, 2015.
Muito bom!
ResponderExcluirValeu pelo Artigo!
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