Isolamento emocional

Talvez o isolamento emocional seja mais devastador para o ser humano que o isolamento social. É claro que o isolamento social é deletérico para a saúde total e seus efeitos nitidamente são percebidos após a epidemia do Covid 19. O saldo são milhares de pessoas tristes, solitárias e ansiosas.

Mas o isolamento emocional é introjetado quando vestimos uma capa para não sermos visibilizados, no sentido de que o que chamamos de fraqueza não seja percebida por outras pessoas.

O mais terrível no isolamento emocional é que ele pode iniciar enquanto ainda somos crianças. Se nossos pais, por palavras ou por exemplo, ensinar que a transparência e a vulnerabilidade são emoções perigosas e que devem ser ignoradas, estarão nos encaminhando para a estrada do isolamento emocional.

Diante disso, não vemos saída a não ser criar uma vivência pautada ora por sentimentos de controle e poder, ora por sentimento de vitimização. E não é novidade relatar que todos os dois são algozes da vida plena, não é mesmo?

E como conseguimos sair deste enlace? Quando abraçamos a vulnerabilidade. Esta é libertadora, pois nos permite ser o que somos, agir como agimos, pensar como pensamos, não necessariamente nesta ordem.

Brené Brown deixou escrito que amor e aceitação são sentimentos inegociáveis para qualquer ser humano. Sabemos disso, mas precisamos entender que não dá para vivenciá-los sem vulnerabilidade.

Amor e aceitação só são construídos quando permito que os outros sejam e também percebam que sou vulnerável.

O medo de ser nós mesmos, o temor de falhar têm limitado e impedido que as pessoas tenham vínculos seguros para obterem uma rede de apoio vigorosa para os momentos ruins.

Portanto, viver com ousadia, termos uma estada mais significativa aqui, significa ponderarmos sobre nossas vivências diárias, se perguntando sempre: por que não ser vulnerável?

 Um fortíssimo abraço para você!

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