CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA
A vergonha
Será
que existe alguém neste planeta que ainda não realizou uma ação que o fez corar
de vergonha? Pois é, esta emoção anda de mãos dadas com a vulnerabilidade e,
muitas vezes, elas se confundem. Só que no caso da vergonha, apesar dela ser
universal e ser um dos sentimentos humanos mais primitivos, temos mais medo de
expressá-la.
Mas
é fácil descobrir porque ela existe. O medo de perder a conexão com o outro
talvez seja o motivo principal. Fomos psicologicamente, fisiologicamente,
cognitivamente e socialmente criados
para termos vínculos com outras pessoas. A simples ideia contrária a isso pode
nos fazer angustiar. Não conseguimos nem mesmo realizar tarefas se não
mantermos ligações afetivas com outras pessoas.
E
por que é importante conversarmos sobre a vergonha? Porque a vergonha nos faz
sentir mal, por nos dá a sensação de que somos pessoas más. Tal concepção traz
dor, e dor real. Segundo pesquisas a dor de um sofrimento físico se iguala a
dor da rejeição, o que geralmente é o resultado da vergonha.
Por
isso, quando sentimos vergonha somos inclinados a culpar um terceiro, para
justificar nossa falha, ou tendemos a nos esconder ou mesmo damos uma desculpa
bem ingênua.
A
vegonha é um tema tão sério que ele está ligado a muitos males como: distúrbios
alimentares, bullying, depressão, ansiedade, violência, vícios, só para citar
alguns. E por que isso acontece? Porque muitas pessoas ainda acreditam que a
vergonha pode ser um instrumento de correção, disciplina. Esta ideia é bem
perigosa, além de errada.
Então
o que fazer se esta intrusa está sempre presente em nossas vidas? Devemos
alimentar a resiliência. Para tanto, preciso reconhecer a vergonha e seus
mecanismos. Entender que ela é limitante e que é biológica e biográfica. Assim
posso sentí-la e/ou construir uma vida ou um contexto tendo-a como personagem
principal. Será que é isso mesmo que eu quero? Por que ela não pode ser
vivenciada como se fosse apenas um momento não muito agradável?
Uma
pergunta muito interessante é: será que a vergonha tem a ver comigo ou com a
expectativa criada pelas pessoas em relação a mim? A resposta que você der,
pode indicar o grau de intensidade que esta emoção possa ter em sua vida.
Precisamos
do outro. Envergonhado podemos conversar com um amigo de confiança ou com um
profissional da saúde como um psicanalista. Transfigurar emoções é muito
importante para sabermos lidar com elas, porque é falando que nos entendemos e
também entendemos o outro.
Vamos continuar o assunto na próxima semana.
Um fortíssimo abraço para você!
Kkkkkk vergonha é tudo no mundo de hoje , as vezes e natural
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