CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA
O uso de medicamentos
A
vida moderna com tudo o que ela oferece, especialmente em relação a falta de alívio
diante de situações perigosas e angustiantes têm feito com que nos sintamos
esgotados, quase chegando a exaustão.
Os
males oriundos da vida pandêmica têm se perpetuado, pois ainda não teve fim.
Estamos sob a égide do medo, da tensão e da falta de segurança.
Obviamente
que tais sentimentos nos doam ansiedade. Um estudo realizado pelo Ministério da
Saúde em 2020 sinalizou que 8 de 10 pessoas têm algum tipo de ansiedade. E não
é difícil constatar tais dados no dia a dia quando conversamos com as pessoas.
Quase todas estão hiperativadas, sendo que a maioria delas estão fazendo uso de
medicações e, mesmo assim ainda estão tendo problema para lidar com as agruras
da existência.
Longe
de mim relatar que o uso de medicamentos não deve ser realizado, mas devemos
ter muito cuidado com eles.
Como
estamos em uma sociedade que busca o prazer a qualquer custo, justamente para
conseguir lidar com tantas adversidades, qualquer sinal de tristeza,
frustração, tornam-se um motivo para encontrar na medicamentação uma possível
melhora.
Devemos
estar alertas. Peter Breggin, um psiquiatra que faz campanhas contra o uso de
fármacos na psiquiatria, o remédio para pacientes angustiados é a compreensão
dos problemas, emoções e sentimentos pessoais. O que o doutor Breggin nos
sugere é que uma boa análise pode ser bem efetiva para quem está com o coração
pesado.
Kelly
Brogan, autora do livro A depressão
feminina, também segue a mesma linha de conduta de Peter Breggin. Para a
psiquiatra o uso de remédios controlados é a terceira causa de morte no mundo.
Só perde para o câncer e problemas cardíacos.
A
constatação de Kelly Brogan é interessante para ficarmos alertas. Além disso, o
Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Saúde Pública Bloomberg da
Universidade John Hopkins analisou pessoas medicadas com antidepressivos que na
verdade não preenchiam requisitos para transtornos mentais.
Uma
verdade que não podemos perder de vista é que estamos em um mundo capitalista,
onde o ganho desenfreado rege basicamente todas as relações. E neste ínterim
não há limites para a acumulação. Qualquer meio é aceitável para chegar a este
fim.
Para
se ter uma ideia, em 2002, há 20 anos atrás, o mercado mundial de
antidepressivos totalizava uma cifra de 17 bilhões de dólares. Dados mais
recentes, de 2020, mostram que só no Brasil, o mercado de antidepressivos foi
de 2,5 bilhões e de ansiolíticos de 534 milhões.
Estes
dados devem nos deixar atentos e nos fazer ponderar, pois assim, podemos buscar
vários outros caminhos possíveis para nos sentirmos bem, antes de nos rendermos
aos medicamentos.
Um
fortíssimo abraço para você. Até a próxima!
Excelente! Um alerta importante! Ângela
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