SAÚDE TOTAL
Conversas psicanalíticas com o Dr. Eduardo Baunilha
Rupturas interpessoais criam resiliência
Parece
contraditório, mas você sabia que rupturas interpessoais criam resiliência?
Ed
Tronick, um pioneiro em psicologia do desenvolvimento, nos ensina que a ruptura
interpessoal e sua reparação são importantes para criar resiliência. E por que
isso acontece? Porque criam doses homeopáticas de estresse moderado. Estes que
somos perfeitamente capazes de controlar.
Mas
não podemos esquecer de um detalhe: a resiliência surge se estas desavenças
vierem acompanhadas de uma reparação.
Não
há problema algum em discutirmos porque, muitas vezes, perdermos a paciência
devido alguma situação disfuncional que possamos estar vivendo. Somos humanos
e, devido a tantas demandas, estamos vulneráveis; todavia, vivenciar um momento
não muito agradável e ter a capacidade de reconsiderar a situação, nos faz
crescer, amadurecer e promove a capacidade de enfrentar situações complicadas
com mais tranquilidade.
Porém,
se nós nos perdermos em somente relações via redes sociais, nos privando de
encontros familiares, saídas com amigos, momentos na praia, não tendo aquela
conversa ao vivo, aquele momento sinestésico1 que só a presença do
outro pode nos proporcionar, certamente estaremos diluindo a capacidade de
sermos resilientes.
Tendo
estes ditos como base, entendemos que a conexão humana é mais que imprescindível
para um estar no mundo significativo e equilibrado. Isso não é novidade para
ninguém. Mas o que é preocupante é que mesmo entendendo a importância desta
ligação, estamos cada dia mais distantes.
Isaac
Asimov escreveu certa vez: “O aspecto mais triste da vida neste momento é que a
ciência obtém conhecimento mais rápido do que a sociedade obtém sabedoria.”
Não
questionamos mais a forma de viver. Seguimos o fluxo. Isso é preocupante,
porque estamos em uma sociedade reificada, que está o tempo todo preocupada com
números, índices e tecnologia. Tudo isso tem deixado desgastado nosso regulador
de estresse, nos doando depressão, ansiedade e cansaço.
E o
caminho é questionar. Perguntar o tempo todo sobre tudo o que estamos fazendo e
sentindo para avaliarmos o que realmente nos faz bem e tem valor.
Um
abraço fortíssimo para você!
1 Momento sinestésico: o toque (aperto de
mão), o olhar, a voz, o olfato (cheiro do perfume de nosso interlocutor).
A compreensão de nós mesmos nos ajudará a lidar com os mais diversos comportamentos dos outros.
ResponderExcluirObrigado professor
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