Para além da depressão
Foi
preconizado há muitos anos que a Era em que estamos vivendo seria a da
depressão. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, em 2010, o principal
problema de saúde mundial seria a depressão. O prognóstico é de que metade da
população do mundo sofreria deste mal. Talvez seja tal visão que é a
responsável por fazer com que sejamos bastante passivos com relação a este
sintoma.
Por
que estou trazendo esta provocação? Porque qualquer reação diferente, tristeza
repentina, decepção ou frustração com qualquer que seja a pessoa ou situação,
já nos alocamos dentro deste espectro.
A
questão não é negar o que temos, mas pensarmos se realmente sentimos o que nos
é o tempo todo impulsionados a pensar que estamos sentindo, pois se nos
enganarmos, poderemos perder a oportunidade de crescer enquanto pessoas. Buscar
dentro de nós mesmos saídas para lidarmos com o que nos angustia é um ato de
amadurecimento.
Termos
um diagnóstico, na maioria da vezes, nos tranquiliza a buscarmos nas drágeas a
solução para o mal que nos acomete e, isso pode ser apenas uma reação limitante.
Por
que não posso sentir? Por que por meio deste sentir, não posso me armar de
possibilidades para buscar minimizar minhas angústias, entendendo que este
caminho é o melhor, mais saudável, construtivo e recompensador?
É
claro que muitas vezes o sistema interno está tão hiperativado que não temos
outra saída que não a de procurarmos apoio profissional. É evidente que esta
ajuda não necessita ser buscada apenas em momentos probantes. Entender que a
ajuda possa vir antes do caos, não deixa de ser uma atitude sensata e
inteligente.
Mas
mesmo assim, não podemos perder de vista que nossa participação precisa ser
imperiosa. Até o consultar é um passo importante que nós mesmos podemos dar,
entendendo que um analista apenas nos provocará a termos um encontro com nosso
interior e, portanto, buscarmos alívio pela via do autoconhecimento.
Digo
isso, pois tenho uma certa preocupação com os diagnósticos repentinos e, ainda
mais com as prescrições medicamentosas muito rápidas, pois segundo os escritos
de Kelly Brogan, os remédios controlados são a terceira causa de morte,
perdendo apenas para os problemas cardíacos e o câncer.
Darian
Leader, psicanalista inglês, deixou escrito: “se os remédios afetam os padrões
de humor, apetite e sono, então, a depressão consistia em um problema dos
padrões de humor, apetite e sono. Em outras palavras, a depressão foi tanto
criada quanto descoberta (LEADER, 2011, p. 22)”.
As
palavras de Darian são muito provocativas e devem nos fazer pensar e agir.
Pensar em quem procuraremos para nos ajudar quando não estivermos bem, e agir,
buscando meios de tomar atitudes que minimizem o que estamos sentindo, primeiro
ponderando sobre a situação, avaliando a gravidade do contexto e depois
partindo para colocar em prática atitudes que possam nos ajudar.
Um
abraço fortíssimo em você!
REFERÊNCIA:
LEADER, Darian. Além da depressão. Trad. Fátima Santos. Rio de Janeiro: BestSeller, 2011.
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