SAÚDE TOTAL
Conversas psicanalíticas com o Dr. Eduardo Baunilha
O uso de maquiagem
É um
tanto romântica, mas gosto demais desta frase de Kahil Gibran: “A beleza não
está na cara; a beleza é uma luz que vem do coração”.
Nesta
proposição se encerra diversos motivos de reflexão, principalmente por estarmos
habitando em um mundo em que a beleza física é exaltada, comentada e valorizada
todo o tempo.
Já
há no inconsciente coletivo o pavor da chegada da idade, pois esta acarreta uma
preocupação real e intensa de que haverá mudanças (e é óbvio que haverá. É a
realidade) no corpo, no rosto e que, fará com que eu perca o viço, um lugar
especial no mundo, oportunidades, amores, respeito e paz.
Parece
assustador, e é. E qual a saída para minimizar esta angústia? O uso de
maquiagem. Um recurso não só utilizado por mulheres, pois tem ganhado adeptos
masculinos por todo o mundo. Não que o uso de maquiagem não fosse usado por
homens ao longo da história e fosse até bem comum em muitas culturas, mas não
podemos esquecer que em outras, pelo menos há um tempo atrás, era totalmente
impensada. Mas ainda as mulheres são mais propensas ao uso, não podemos negar.
E por quê?
Estudos
realizados por Gettysburg College, na Pensilvânia revelam que ter em volta dos
olhos um tom mais escuro, torna a mulher mais atraente e com uma aparência mais
jovem.
Cristiano
Nabuco deixou escrito que um site de
relacionamento “chamado Zoosk analisou
uma amostra de 1,2 mil perfis de mulheres e descobriu que aquelas que usavam
sombra receberam 139% mais contatos do que as que não usavam (ABREU, 2016, p.
204)”.
A
Universidade de Manchester também realizou um estudo que indicou que as
mulheres que têm os lábios pintados são vistas por mais tempo pelos homens.
E
preste atenção nesta outra pesquisa realizada por Procter & Gamble. Eles
descobriram que os homens classificavam as mulheres maquiadas como mais
inteligentes e confiantes.
É
evidente que os resultados de tais pesquisas pesam no inconsciente feminino,
fazendo-as agir como relatam as pesquisas, mas a pergunta que emerge é: será
que não estou fazendo uso de um produto apenas por causa da pressão social sem
ter mesmo certeza se gosto ou se tal prática pode ou não ser prejudicial para
meu organismo?
Na
realidade, o que vemos é uma multidão se rendendo à ações que nem mesmo fazem
sentido se forem perscrutar seu interior, mas o fazem por envolvimento com discursos
que insistem em nos fazer acreditar que preciso ser igual aos outros para ter
aceitação social.
Muitas
vezes nos esquecemos que é com a passagem do tempo que nos tornamos pessoas
mais pensantes, menos impulsivas, mais calmas conosco mesmo, mais seguros e
menos angustiados.
Evidentemente
que não é fácil nos libertarmos das demandas sociais, mas um bom exercício de
reflexão pode muito bem ser bem vindo para entendermos a nós mesmos e acreditar
no que podemos fazer e consequentemente ser, sem precisar de seguir a massa.
Um
abraço fortíssimo em você!
REFERÊNCIA:
ABREU,
Cristiano Nabuco. Psicologia do
cotidiano. Porto Alegre: Artmed, 2016.
Muito bom o texto!
ResponderExcluirÓtima matéria
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