SAÚDE MENTAL
Conversas psicanalíticas com o Dr. Eduardo Baunilha
Os animais e a Mente Una
Começarei
a nossa reflexão com uma pergunta: O que nos move quando agimos demonstrando a
importância do comportamento grupal?
Antes
de uma possível resposta, meditemos no comportamento dos animais quando revelam
este mesmo fim.
Você
sabia que quando um elefante morre, a manada chega a permanecer durante dias em
torno dele, como se sentissem profunda tristeza e estivesse de luto? Algumas
manadas chegam a enterrar o animal morto antes de reiniciarem sua jornada e de
tempos em tempos voltam para revisitar os ossos.
Larry
Dossey conta de um homem que matou um corvo e nunca mais caçou, pois após este
ato, sua casa foi sitiada por outros 30 corvos. Ele conta também de uma ave
atropelada que teve um luto assistido por outras 40 aves que ficaram por alguns
minutos em torno dela.
Observaram-se
também em cães, cavalos e gorilas comportamentos que impressionam os
etiologistas por transfigurarem autênticas experiências de luto.
O
que impressiona, realmente, nestas experiências é tentar entender como os
animais agem como se fossem uma só entidade. Muitos pesquisadores teorizam que
tal comportamento está relacionado com o instinto de sobrevivência, outros,
porém, dizem que são eventos miraculosos.
Tudo
isso nos mostra que a Mente Una salta entre as espécies. Não existe apenas
intercâmbios entre pais e filhos, analistas e analisandos, entre gêmeos, mas
também em criaturas extremamente diferentes.
Como
explicar animais que por algum motivos foram separados dos seus donos por
enormes distâncias, que exigem que eles atravessem desafiadores territórios e
que conseguem voltar para seus cuidadores?
Nos
seres humanos e agora percebemos que também nos animais, a empatia, compaixão,
o cuidado e o amor são lubrificantes da comunicação a distância.
Esta
conexão é tão efetiva e tão significativa que nos permite não somente reagir
aos movimentos ou atividades das demais pessoas, mas também às emoções,
necessidades e intenções.
Larry
Dossey relata que entre estes sentimentos comunicados estão: “medo, alarme,
excitação, pedidos de ajuda, apelos para que se vá a um determinado lugar,
pressentimentos de chegadas ou partidas, aflição e morte” (DOSSEY, 2018, p.
100).
Tal
constatação nos leva a explorar mais diretamente este tipo de conexão entre
animais e seres humanos.
Na próxima
semana continuaremos refletindo a respeito da Mente Una. Um grande abraço para
vocês.
Referências:
DOSSEY,
Larry. A conexão da consciência.
Trad. Marta Rosas. São Paulo: Cultrix, 2018.
Postar um comentário
Sejam bem-vindos à Cellebriway.
A sua Revista Eletrônica