SAÚDE MENTAL
Conversas psicanalíticas com o Dr. Eduardo Baunilha
A Mente Una em sociedades
tradicionais e entre gêmeos
A
unicidade das mentes em sociedades tradicionais é mais que curioso. O psicólogo
desenvolvimentista Joseph Chilton citou um estudo em que mães africanas e
sul-americanas criam vínculos tão fortes com seus bebês que não lhes põem
fraldas. Elas simplesmente sabem o momento exato em que eles sentem vontade de
fazer suas necessidades fisiológicas.
Joseph
Sinel descreveu um fato que aconteceu em 1927, quando seu filho vivia entre
membros de uma tribo do sul do Sudão. Uma vez perdido, o filho de Joseph, foi
encontrado por alguns membros da tribo que alegaram sentir que ele estava em
apuros.
O
biólogo britânico Rupert Sheldrake sugere que, ao longa a maior para da
história humana, esse tipo de capacidade era comum, vista como normal.
Outra
situação curiosíssima referente a Mente Una é a relação que acontece entre
gêmeos.
Larry
Dossey conta a história de dois gêmeos – Jim Springer e Jim Lewis, que se
encontraram depois de 39 anos de idade. Foram adotados por famílias diferentes
quando eram ainda bebês. A lista de similaridades é muito grande, portanto,
citarei apenas algumas: eles foram batizados com o mesmo nome. Ambos tinham se
casado duas vezes com mulheres com o mesmo nome. Jim Lewis tinha três filhos e
um deles tem o nome de James Alan. Jim Springer tem três filhas e um filho
chamado James Alan. Os gêmeos tinham um
cachorro chamado Toy. Ambos dirigiam um Chevrolet, gostavam de carpintaria e
tinham no porão de suas casas oficinas semelhantes onde faziam coisas
parecidas. Ambos foram alunos medíocres no ensino médio, gostavam mais de
matemática do que ortografia. Fumavam e bebiam a mesma marca e tinham dor de
cabeça na mesma hora do dia. E por aí vai...
Em
relação a histórico médico eram semelhantes: ambos tinham padrões idênticos de
visão, pressão arterial, batimentos cardíacos e sono. Ambos sofriam de hemorroidas,
haviam engordado 4,5 quilos na mesma época e tinham enxaqueca e cefaleia (...).
Não é de admirar que quando um pesquisador, o psicólogo James Bouchard, ficou
interessado nesta história, acabou tornando os gêmeos famosos. Hoje, Bouchard
trabalha com mais de 100 gêmeos com histórias bem interessantes para
pesquisadores da Mente Una.
Um
dos exemplos mais notáveis, contados por James Bouchard, está a história das
gêmeas Bridget Harrison e Dorothy Lowe também separadas quando bebês, durante a
segunda guerra mundial e criadas em ambientes socioeconômicos totalmente diferentes.
Elas se encontraram pela primeira vez quando estavam perto dos 40 anos de
idade.
Quando
se encontraram, em Minneapolis, cada uma usava sete anéis, dois braceletes em
um dos pulsos e um relógio de pulso e um bracelete em outro. Bridget dera ao
filho o nome de Richard Andrew, e Dorothy batizara o seu como Andrew Richard.
Bridget tem um filha chamada Catherine Louise e Dorothy uma filha que nomeou de
Karen Louise. O que chamou a atenção do pesquisador foi o fator nomeação, uma
vez que tem uma relação direta com os gostos conjuntos do pai e da mãe.
Para
Larry Dossey, as discussões que são levantadas com relação as semelhanças entre
gêmeos criados em lugares diferentes são muitas e controversas.
Todavia,
o pesquisador acredita que estes comportamentos nos dão um exemplo de lições de
liberdade. Eles estão unidos por uma dimensão inconsciente que os levam a
encaixar-se, a parecer-se, a compartilhar. Eles podem ilustrar o triunfo de
mentes que, graças à sua conexão com a Mente Una, são livres para escolher e
para se deleitar na semelhança.
Pessoal,
não dá para parar por aqui. Na próxima semana continuaremos refletindo a
respeito da Mente Una. Um grande abraço para vocês.
Referências:
DOSSEY, Larry. A conexão da consciência. Trad. Marta Rosas. São Paulo: Cultrix, 2018.
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