SAÚDE MENTAL


Conversas psicanalíticas com o Dr. Eduardo Baunilha


Foto de arquivo pessoal



Visão sistêmica

Em um mundo global, onde as redes de comunicação via satélite são instantâneas, e nos oferecem uma conectividade muito profícua, precisamos buscar adquirir uma visão mais sistêmica.

Mas o que é ter uma visão sistêmica? É entender que independente do estado ou acontecimento – humano, psicológico, físico, químico ou cósmico – sempre existem muitos elementos que se combinam e se entrelaçam. Estas interligações estruturadas na totalidade são mais importantes que qualquer parte isolada, por mais significativa que esta possa ser.

Tal definição nos leva a pensar que a maneira como vemos o mundo precisa ser modificada, para que nossa estada aqui seja a mais significativa possível.

Então, se você via uma lixeira apenas como um objeto para jogar dejetos ou tralhas não utilizáveis, como algo que ninguém queria ganhar ou admirar, deve rever seus conceitos.

Uma lixeira, sendo bem utilizada, nos dará a oportunidade de uma viver mais saudável, porque quando jogo o que não mais desejo na lixeira, evito entupir bueiro e, consequentemente, ter uma proliferação de ratos, baratas, moscas e outros insetos não muito desejáveis e que causam danos ao ser humano. Neste caso, ter uma visão sistêmica é ter um pensar mais arguto, mais profundo.

E por que este tipo de visão é importante? Porque vivemos em uma era em que a imagem substituiu o pensamento e a palavra. Nossos discursos estão impregnados de imagens, e quando a imagem não é apresentada, são desenhadas por meio das próprias palavras.

Evidentemente que essa constatação causa confusão entre o real e o imaginário, por causa da superposição criada pelos meios midiáticos. Desta forma, a participação ativa do indivíduo torna-se passiva, e é aí que mora o perigo. Quando me torno passivo, não pondero, não utilizo uma atenção mais sistêmica, mais profunda, podendo ser levado a agir de maneiras impensadas.

Anos atrás estava conversando com os alunos a respeito dos impactos que nossas ações de hoje terão no futuro. Disse a eles que a geração deles construirá um mundo para uma outra geração composta de seus próprios filhos.

Uma das alunas disse que sentia que deveria viver da maneira que desejasse hoje, e que a próxima geração que trabalhasse e pensasse em maneiras de viver o tempo que virá.

Naquela época achei um absurdo e ainda continuo achando, principalmente porque não foi um discurso de uma aluna isolada do sexto ano, mas o pensamento expresso por muitas outras pessoas, até mesmo adultos.

Ou seja, o aqui-agora-comigo faz parte de nosso tempo e atinge a todos aqueles que não se debruçam a ter uma visão sistêmica. Não tendo uma visão mais arguta da vida significa ter uma sociedade autodestrutiva, sem vida, sem paz e em constante angústia.


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