LITERATURA
Por Joacles Costa
‘’Quando a gente ama o que faz, tudo é mais fácil‘’ Lucas Schultheiss
''No início da minha carreira como escritor, as redes sociais tiveram papel muito importante. Eu fazia parte de um grupo de adolescentes escritores que utilizava as redes sociais para publicar as obras. ''
O capixaba Lucas Schultheiss dos Anjos Monteiro nasceu em Vitoria-Espírito Santo no dia 07 de janeiro de 1986. O escritor é formado em Jornalismo; Letras, Ciências Sociais, Radialismo, é Artista Plástico, Confeiteiro, Ator e Diretor teatral. No Teatro, trabalhou como ator em espetáculos musicais, ganhou alguns prêmios nesta área. Morou no barracão de algumas escolas de samba, escreveu a sinopse de algumas agremiações que desfilaram no Rio de janeiro, ajudou a fundar a União das Escolas de Samba de Maquete que hoje conta com mais de 30 agremiações em miniatura espalhadas por todo país. Recentemente Lucas voltou para o Espírito Santo e agora está escrevendo um novo livro e montando uma doceria oriental.
Entrevista com o escritor Lucas Schultheiss:
Joacles Costa: Quando você sentiu vontade de começar a escrever e em qual momento você passou a ver a escrita como uma arte na sua vida?
Lucas Schultheiss: Desde bem pequenininho, a minha família sempre me incentivou muito a ler e escrever, então, antes mesmo de escrever eu já criava as minhas primeiras histórias que eram contadas em rodas de amigos e apresentadas em forma de teatro na escola e festas para vizinhos e amigos. Aos dez anos escrevi meu primeiro livro, A Máscara de Robson Saile. Começou como redação na escola e transformou-se numa novela virtual, posteriormente em livro lançado na Bienal Internacional.
Joacles Costa: Como é a sua rotina de trabalho com a escrita? Você estabelece metas para si mesmo?
Lucas Schultheiss: Eu tenho uma rotina de trabalho bem diferente de acordo com o tipo de escrita que eu estou fazendo. Enquanto algumas obras surgem da mais pura inspiração e eu simplesmente começo a escrever em todo tipo de papel que encontro na frente, seja o saco de pão, o boleto, o guardanapo ou até mesmo a parede (e só depois reviso tudo)... Em outras obras, faço uma extensa pesquisa de linguagem, personagem, cores, sensações, datas, momentos históricos, e passo meses nesta pesquisa antes de colocar as primeiras palavras no papel. Estas diferentes metas e objetivos a cada obra literária, me motiva a cada vez buscar novos formatos e textos.
Joacles Costa: Você tem outras ocupações profissionais além da literatura?
Lucas Schultheiss: Sim. Tenho várias outras ocupações e todas elas se convergem. Às vezes, pode até parecer muita coisa, mas, amo estar sempre proativo. Sou professor de língua portuguesa, cientista social, jornalista, escritor, artista plástico, confeiteiro, ator e diretor teatral. Desde muito novo tenho uma rotina cheia e isso faz com que todas essas funções acabem ocupando um espaço determinado dentro do meu dia. Quando a gente ama o que faz, tudo é mais fácil.
Joacles Costa: A arte de escrever é mais fácil que a de atuar?
Lucas Schultheiss: Não. São bem distintas entre si. Mas, tenho que saber separar o meu lado escritor do meu lado ator. Como escritor eu tenho total domínio sobre o texto, os personagens e o caminho que a história terá. Mas, como ator, tenho que respeitar o texto escrito por outra pessoa e as ordens da direção que vai me conduzir para as ações necessárias para conduzir a história.
Joacles Costa: Falando do texto em si, o que você mais gosta de escrever? Quais são as suas influências, os seus autores preferidos?
Lucas Schultheiss: Assim como eu gosto de ler textos diferentes, também gosto de escrever textos diferentes. Não tenho um autor favorito, mas o que mais está me encantando no momento são os livros que misturam realidade e ficção sobre fatos históricos e o autor que mais estou lendo é o chinês Su Tong, que escreve romances e contos sobre diversos momentos históricos da China.
Joacles Costa: Qual é o papel das redes sociais para o seu trabalho de escritor?
Lucas Schultheiss: No início da minha carreira como escritor, as redes sociais tiveram papel muito importante. Eu fazia parte de um grupo de adolescentes escritores que utilizava as redes sociais para publicar as obras. Foi neste meio que nos aprimoramos, nos testamos e tivemos o primeiro contato com um público diverso de leitores. Foi a partir das redes sociais que minhas obras chegaram a dezenas de escolas que adotaram os livros e por onde muita gente ainda me encontra para falar sobre literatura.
Joacles Costa: E como é a interação com seus leitores da Internet no momento?
Lucas Schultheiss: Atualmente a interação está mais fraca devido ao hiato que tive como escritor para me dedicar a criação da minha doceria oriental, a YAZ Doceria. Mas, como tudo na minha vida se converge, estou escrevendo uma história que se passa no oriente.
Joacles Costa: Quais são os seus planos futuros? Já pensa em um próximo projeto?
Lucas Schultheiss: O meu atual plano é a inauguração da minha loja física, que será a primeira doceria geek e oriental do Espírito Santo. E em paralelo estou trabalhando em um novo livro que pretendo lançar em diferentes plataformas e inclusive em áudio e braile.
Sobre o estilo do livro
O formato livro-reportagem é caracterizado pelas informações aprofundadas e contextualizadas, no entanto, escritas de maneira simples no intuito de facilitar a compreensão dos fatos, assim como nas matérias jornalistas. Para isso, entrevistei sambistas e especialistas, realizei pesquisas bibliográficas, consultas a museus e arquivos públicos, além do material de apoio encaminhado pelos próprios sambistas, que serviram de base para o desenvolvimento dos capítulos.
Parte deste trabalho – que durou 10 anos – foi apresentada como monografia do curso de comunicação social em 2007 e aprovada com nota máxima. Agora é necessário fazer com que essas informações cheguem até os sambistas e os admiradores do carnaval.
Trecho do livro: “Era preciso que o povo tivesse voz para expressar seus sentimentos, emoções; que tivesse uma chance de falar o que pensava.
Daí veio o nome do bloco: Deixa Falar, que no mesmo dia foi consagrado como “escola de samba”, devido a uma sugestão de Ismael Silva.
O sambista fez uma analogia à Escola Normal do Rio de Janeiro, próxima ao local da reunião, onde eram formados professores para as escolas públicas. O argumento de Ismael foi bem simples e logo aceito pelo grupo: afinal, se os mestres da educação se reúnem numa escola para ensinar o que sabem, os sambistas também são mestres e professores quando se reúnem para discutir sobre samba.”
Título: CARNAVAL CAPIXABA: HISTÓRIAS HONRAS E GLÓRIAS
Autor: LUCAS MONTEIRO
Páginas: 500
Estilo: Livro-reportagem
Edição: 1º edição (2010)
Preço: R$25
Onde comprar: Diretamente com o autor no contato: 27 99602-1568
email: escritorcapixaba@gmail.com
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